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Ansiedade e aceleração: quando descansar se torna um peso

  • Foto do escritor: Carolina Martins
    Carolina Martins
  • 12 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de set.


Vivemos em tempos em que ser produtivo parece ter se tornado a variável para sabermos o nosso valor. O ritmo acelerado da vida cotidiana nos empurra para uma busca constante por desempenho, resultados, eficiência. Trabalhamos mais, nos ocupamos mais, e mesmo nos momentos de descanso, muitas vezes, sentimos culpa. Como se parar fosse um erro. Como se não produzir fosse falhar.

Mulher ansiosa

Na clínica, escutamos cada vez mais pessoas que chegam exaustas, ansiosas, com dificuldade de dormir, de se concentrar ou simplesmente de estar. Relatam uma sensação constante de urgência, de que estão sempre atrasadas em relação a algo, mesmo sem saber exatamente o quê. Há um sentimento difuso de inadequação, como se nunca estivessem fazendo o suficiente — mesmo quando já estão no limite.


Você não está sozinho.


Contudo, a ansiedade não é apenas um "sintoma a ser eliminado". Ela é uma expressão da forma como o sujeito está vivendo sua existência. Um modo de estar no mundo que revela que alguma coisa precisa mudar.


Olhar para o conflito entre o desejo de responder às exigências externas e a necessidade interna de pausa, de sentido, de contato consigo mesmo é essencial para se entender o que fazer diante da ansiedade.


Mulher com muitos pensamentos ao mesmo tempo

A chamada “produtividade tóxica” transforma o sujeito em um projeto inacabável de si mesmo. Sempre há algo a ser melhorado, alcançado, corrigido. Mas nessa lógica, o descanso se torna quase um tabu — visto como desperdício, fraqueza, ou até preguiça.



A culpa por descansar revela o quanto fomos ensinados a nos valorizar apenas pelo que fazemos, e não por quem somos.



Na terapia, abrimos espaço para que o paciente possa olhar para essa forma de viver sem julgamentos. Escutar o que sua ansiedade está dizendo. Às vezes, ela fala de um corpo que não aguenta mais. Outras vezes, de um desejo esquecido, de um ritmo que não é o seu. Escutar esse sofrimento com presença e acolhimento é o primeiro passo para um outro modo de estar no mundo — menos acelerado, mais autêntico.


Descansar não é perder tempo. É cuidar de si, reconhecer limites, e recuperar o fôlego da própria existência.


Precisa de ajuda para lidar com a sua ansiedade?




 
 
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